A edição de 2023 do DMUT - Douro Montemuro Ultra Trilhos, organizada pela Associação Desportiva Cinfães a Correr, decorreu no dia 4 de junho, no concelho de Cinfães e contemplou três provas: DMUT 50, DMUT 25 e DMUT 18.
Preparação da prova
Bem, o que dizer sobre esta prova? Há malta que estuda as provas e se prepara consoante a mesma, eu simplesmente me inscrevo 🙈 Inscrevi-me no DMUT e só uma semana antes percebi que Cinfães não é tão perto de Viseu como eu julgava. Apercebi-me também que já lá teria estado a fazer o Ultra Trail Douro Paiva, em 2019 e que, inclusivamente, gostei pouco da prova. Posto isto, o meu entusiasmo não era muito, associado ao entusiasmo pelos 1000 e tal de acumulado que a organização prometia para os 18 km's. Talvez também por isso, as expectativas eram poucas e quando assim é, a pessoa fica mais tranquila, quando não se espera nada, se vier, ótimo, mas se não vier, ótimo na mesma.
Dia da peregrinação
Domingo, erguer cedinho, viagem até Cinfães com paragem pelo caminho para me juntar ao Marco que me foi acompanhar na peregrinação.
Dorsais levantados. Apanhar o autocarro para a zona de partida: Cais do Porto Antigo.
Previa-se tempo chuvoso pelo que a partida ser às 10h era pouco problemático. No entanto, neste dia estavam um sol e calor brutais e a hora tardia da partida revelou-se como mais uma dificuldade a somar à prova.
A prova
O Cais do Porto Antigo é incrível, lindíssimo, a tranquilidade, todo o rio a banhar a paisagem que se erguia bem alto.
Bom, como sempre o é, foi reencontrar a malta repetente nestas andanças 😁 o Hugo Água, o speaker de serviço, a fazer as odes; o querido fotógrafo Samuel Fritz; o Luís Filipe e o André da equipa Goodfellas; a Teresa que já me tinha contado que ia fazer de vassoura, atleta que conheci nas redes sociais e foi bom conhecer pessoalmente, é uma querida; a Andreia que nos contou que no ano passado fez os 50 km's e é uma atleta de excelência; a Andreia Correia; o pessoal da Fox que são sempre divertidos, simpáticos, gentis e agradáveis; o pessoal dos Espigueiros, super divertidos; Hugo Gonçalves que dispensa apresentações e que foi, inclusivamente o vencedor desta distância.
Dado o tiro de partida e começamos logo a subir. Pouco depois entramos nos trilhos.
Durante toda a prova não deu para esquecer o acumulado que a mesma prometia.
O sacrifício
Aos 2 km's já me passava pela cabeça desistir... Não que eu seja pessoa de desistir mas não estava numa onda de sofrimento e provas assim desmotivam-me imenso. So caminhar e caminhar, difícil e lenta progressão. O tempo passa mas a distância feita não.
Com opções para agradar a todos, existiu, na prova, desde subidas, de facto difíceis de correr. Algumas zonas técnicas até nas próprias subidas, junto ao rio e depois nas descidas que dificultava também a progressão para quem continua a ter medinho de descer apesar de já andar a ouvir conselhos técnicos sábios, obrigada 🙏 algumas zonas mais estreitas que impossibilitavam a ultrapassagem.
Sobe e sobe
Até aos 4 km's foi sempre a subir. Descemos para voltar a subir mais cerca de 2 ou 3 km's. Descemos com abastecimento em Covelas, passamos a Ponte de Covelas e voltamos a subir até cerca dos 13 km's (Vila Viçosa) e depois foi descer até à meta com direito a escadinhas porque a malta levava as pernas leves 😅
Passamos o rio Bestança pelos 6 km's aproximadamente, e o rio foi nossa companhia por alguns km's mostrando uma beleza incrível, as pequenas quedas de água sobre as rochas, o som da água, a sombra das árvores, este cenário é sempre de maravilhar. A passagem do rio soube muito bem com o calor que se fazia sentir. Não tão bom nas travessias de rio é a falta de noção de alguns atletas que, apesar de a organização ter colocado cordas para zelar pela segurança dos atletas, alguns são egoístas o suficiente para se atirarem à corda, não querendo saber de quem já vai a meio do rio agarrado à mesma e promovendo a queda e insegurança sem sequer se desculparem! Desculpem-me os mais sensíveis mas revela falta de civismo e de responsabilidade! Fui até eventualmente rude em determinada altura mas, quem me conhece, sabe que tenho algum pânico de água e estando já uma pessoa a tentar controlar o medo, o equilíbrio, etc e de repente ser tudo colocado água a baixo por causa de espertinhos, deixou-me de facto zangada.
Digno de registo foi, apesar de eu não ser fã de cerveja, o posto em que estava malta a servir cerveja tão, mas tão fresquinha que soube pela vida. Não sei se já disse que estava muito calor 😅
Falar também da Goreti que inclusivamente caiu no rio por causa da xico espertice que falo em cima de alguns atletas e estava com bastantes dores no ombro e ainda assim manteve o sorriso, a positividade e a motivação não só para ela mas para aqueles por quem passava. Muita admiração por ti.
No início da descida fiquei com dor de burro, já tinha tido no último treino antes da prova e quando acontece em descida, não consigo reverter pelo que foi sofrimento até à meta. Talvez por ir mais solta, tenho mais dificuldade em controlar a respiração. Abrandei e parei algumas vezes mas não consegui reverter.
Balanço
Prova super bem marcada. Organização espetacular, simpáticos. Na prova foi sempre assegurada, na minha opinião, a segurança dos atletas. Zonas muito bonitas. População muito simpática e querida.
A verdade é que não desfrutei, não gostei, comecei a prova já desmotivada, o mood foi mesmo terminá-la, não fazer DNF para não ter que voltar.
A chegada à meta não foi de alegria mas de alívio, atirei-me para o chão e só queria lá ficar sossegada.
Gostei muito de encontrar pessoal amigo de novo... O André que foi aos 25 km's, o Rui, o Daniel dos PDA Runners que foi aos 50 km's após ter estado lesionado e fez grande prova, parabéns. O Filipe Garcia. ...
O meu pódio
Na ida para os banhos, o Marco lembrou- se de ir ver as classificações e qual a minha surpresa quando ainda consegui, apesar de tudo, um pódio no escalão 😊 e que nos valeu algum tempo para ver atletas chegarem, como a Margarida Pestana, esta miúda é incrivel, parabéns. E estar no paleio com o pessoal. São os momentos que ficam.
Toda a envolvência, a zona da meta, no jardim é muito agradável.
Os banhos eram perto, apesar da água fria que, neste dia, soube pela vida devido ao calor que se fazia sentir e se fez sentir durante a prova.
Texto: Sílvia Gomes
Fotos: Samuel Fritz
