A AARAM – Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira é a associação organizadora da 7ª edição do “ULTRA MADEIRA” que decorreu nos dias 7 e 8 de outubro de 2023, com absoluto respeito pelo meio ambiente.
A “ULTRA MADEIRA” integrou 5 provas:
• ULTRA MADEIRA – 83 km's e 3810 D+ (formato linear)
• ULTRA 50K – 50 km's e 2000 D+ (formato linear)
• TRAIL 30K –30 km's e 1360 D+ (formato linear)
• TRAIL 15K – 15 km's e 340 D+ (formato linear)
CAMPEONATO REGIONAL DE TRAIL (JUNIORES)
CAMPEONATO REGIONAL DE TRAIL (JUVENIS)
CAMPEONATO NACIONAL DE TRAIL JOVEM 2023
• MINI TRAIL – 8 km's e 290 D+ (formato linear)
• TRAIL 20K – 20 km's e 1000 D+ (formato linear)
FINAL DO CAMPEONATO NACIONAL DE TRAIL SPRINT 2023
CAMPEONATO NACIONAL DE TRAIL JOVEM 2023
A minha experiência
Bem, nem sei o que dizer desta prova… A minha ideia, este ano, era fazer o Circuito de Sprint. Contudo, os horários que tinha no trabalho começaram logo por fazer tremer essa ideia no início da época.
Comecei em janeiro com a ideia de que não conseguiria fazer mais do que uma prova por mês e lá fui, passo a passo, sempre a tentar ultrapassar as questões que foram aparecendo. Às vezes parece que tudo conspira contra ou talvez seja só aceitar que não era o momento.
Claro que a prova final do Campeonato de Sprint não poderia ser diferente! Três semanas antes da prova começou o pesadelo: urgências, médicos, exames, medicação, dores, noites sem dormir com dores, 3 semanas sem treinar, apenas com uma Biorace pelo meio… Sabia que era loucura meter-me a correr sem saber se iria ter dores, sem ter treinado, 20 km’s com 1000 D+, com um calor digno de julho e não de outubro mas, mesmo no pior dos cenários, não pensei que iria custar tanto como custou… mesmo conhecendo já parte do percurso por ser igual ao do MIUT.
A viagem
Ora então, sexta feira, rumamos ao aeroporto, eu e a minha equipa maravilha - DICI/Trilhos Luso Bussaco, não é por ser a minha equipa mas esta malta é incrível. Começa bem, o avião atrasa 1 hora... Já na Madeira, aterramos cerca das 21h e pouco, esperamos cerca de 1h pelo carro alugado, chegamos ao alojamento seriam 23h ou perto disso, já estava KO, só queria dormir. Para ter história para contar, o sr. do alojamento estava com uma bebedeira que até a língua enrolava a falar :D
O dia da prova
No dia da prova estava ansiosa mas contagiada pela boa disposição da malta da equipa. Sentia-me a viver um dejá vu de abril, do MIUT. Chegar ao Porto da Cruz e lembrar das sensações boas do MIUT, aquela beleza que a ilha da Madeira tem e que deixa o coração cheio. Ver os grandes atletas com quem ia partilhar os trilhos também foi incrível. Os minutos iam passando e o nervoso miudinho começava a tomar conta, como habitual...
De salientar que, desvantagens, além do calor que nos esperava, a partida tardia, ainda íamos carregados como burro de carga tanto que era o material obrigatório, até impermeável era necessário :/
Partida
Dada a partida, 10h15, um calor imenso já e lá fomos… o primeiro km era rolar, lembrava bem do MIUT, passamos o Miradouro Furna do Porto da Cruz, Piscina do Porto da Cruz mas, dada a volta, começamos a subir… e são cerca de 5 km’s sempre a subir, escadas e mais escadas. Sabia que me ia custar mas aqui já não me aguentava, as paisagens são maravilhosas, os trilhos também mas as pernas não respondem, a pulsação está alta, já só pensava em desistir ☹ o Joaquim apanha-me, felizmente, e não desiste de mim a prova inteira. Entretanto, somos apanhados pelo João Alves e pela Cristina Meireles que nos acompanham, devagar, vamos somando quilómetros. Após estes 5 km’s em que já lavávamos cerca de 600 de D+ dos 1000 que a prova prometia, é rolante, sempre em trilhos, sombra, felizmente, single tracks, algumas descidas mais técnicas mas de fácil progressão.
Apanhamos um abastecimento com água e um outro abastecimento mas também com sólidos aos cerca de 11 km’s e fora isso não havia nada, o que, com o calor que estava, achei uma grande falha. O abastecimento final também era pobre e o pouco que tinha era racionalizado, parecia que dado de mau grado.
Outro ponto que falhou foi a falta de segurança… em lado nenhum havia membros da organização, bombeiros, etc em zonas perigosas, com muita gente a sentir-se mal e zonas de difícil acesso ou até diria impossível por outra forma que não a pedestre.
Numa das bifurcações não havia fitas a indicar qual das direções tomar também…
Seguimos, passamos junto ao Cabo do Larano com uma vista sobre o Atlântico, Vereda das Funduras, Miradouro Larano, Miradouro das Funduras, passamos turistas e começam a passar por nós atletas dos 30 km's.
Voltamos a subir
Quando vamos na segunda parte mais dura da prova, a subir bastante, começo a sentir-me mal, vontade de vomitar, tonturas, … sentia que ia desmaiar a qualquer momento. Como não bastava, a dada altura, as caibras começaram a ameaçar até finalmente ter cedido e as dores eram horríveis ao ponto de chorar, literalmente.
Percorremos trilhos lindos, sempre a par com a escarpa que descia até ao Oceano que nos rodeava. Percorremos a Boca do Risco, Red rocks e o Pico das Roçadas.
Numa das subidas uma atleta simpática fez massagem até o musculo ter relaxado e que me valeu conseguir passar a meta, a massagem dela e a paciência do João que não me abandonou e não descansou até que eu cruzasse a meta, após o Joaquim ter ficado para trás a auxiliar um atleta que se estava a sentir mal, muito obrigada a todos, trail é tão isto.
Chegados ao alcatrão, foi sempre a descer até à meta, as caibras doíam mas ao mesmo tempo conseguia soltar os músculos, só queria chegar, chorar, ...
O quilómetro mais lento foi o 5º, a 24:20 :/
Chegada à meta, no Caniçal ainda tive o marido da Cristina a alongar-me as pernas depois de me ter atirado para o chão. Muita gente à minha volta a oferecer ajuda e sugerir opções. Sem palavras para esta gentileza. E claro a minha equipa com sorriso e disposta a ajudar, sempre.
Parabéns a todos os atletas, em particular dos meus colegas de equipa que foram campeões no seu escalão, quando for grande quero ser como vós.
Parabéns à Beatriz Alves, mais que merecido este título de Campeã Nacional.
A água do mar estava super quentinha, a dos chuveiros nem por isso mas soube bastante bem nestas pernocas que no domingo estavam bem doridinhas :D
Resultados Gerais
83 km's
Masculinos
1º Bruno Coelho, Fed-O - 10:28:25
2º Germano Oliveira, ADRAP - 10:44:30
3º Sérgio Jesus, CMOF - 11:11:35
Femininos
1ª Anna Afonso, GRC - 14:58:58
2ª Olga Sapach, MTT - 15:10:54
3ª Marlene Cagatay - 16:16:55
50 km's
Masculino
1º Sílvio Freitas, AJS - 5:28:36
2º Sílvio Cró, ADRAP - 5:33:43
3º Márcio Coelho, AJS - 5:51:42
Femininos
1ª Maria João Abreu, CDCPM - 6:33:21
2ª Olívia Sousa, CDCPM - 6:40:34
3ª Sónia da Silva, ADG - 7:14:57
30 km's
Masculinos
1º Francisco Freitas, AJS - 2:44:33
2º Filipe Ferreira, CAMAD - 2:47:12
3º Bruno Silva, CEE-M - 2:47:12
Femininos
1ª Fanny Ahlfors - 3:29:02
2ª Ana Luísa Roda, CEE-M - 3:31:33
3ª 18ª 327 Odete Braga, Fed-O/ CDVF - 3:40:30
20 km's - CAMPEONATO NACIONAL DE TRAIL SPRINT
Masculino
1º Bruno Silva, Fed-O/ FURFOR - 1:43:04
2º Tiago Vieira, Fed-O - 1:45:50
3º 1022 Nuno Campos, Fed-O/ FURFOR -1:48:25
Feminino
1ª Beatriz Alves, Fed-O/ FURFOR - 2:04:41
2ª Ana Oliveira Fed-O/ FURFOR - 2:06:15
3ª Ana Rodrigues Fed-O/ CPAL - 2:12:04
15 km's
Masculino
1º Amândio Correia, R-TRM -1:07:31
2º Vítor Faria, IND-M -1:09:14
3º Humberto Gomez, CDCPM -1:09:25
Feminino
1ª Iulia Fuiorea, GDE - 1:33:14
2ª Isabel Rodrigues, CEE-M - 1:37:11 0:03:57
3ª Solange Nunes, GDE - 1:38:56
8 km's
Masculino
1º Alírio Spínola, CDES - 0:45:27
2º Gonçalo Margarido, CAFH - 0:51:29
3º José H. Gouveia, IND-M - 0:51:39
Feminino
1ª 7ª 807 Janete Garcês POR 1987 V 35 APCTT 1:00:54
2ª 8ª 805 Lucília Pestana POR 1975 V 45 IND-M 1:03:43 0:02:49
3ª 11ª 810 Luciana Caires POR 1985 V 35 ARCA-M 1:06:13
Texto: Sílvia Gomes Fotos: Juliana Costa e DCI/Trilhos Luso Bussaco
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